domingo, 14 de dezembro de 2008

PELOS QUINTAIS



A noite se ascende
Quase azul néon
Os vaga lumes se assanham
Pelos quintais
Da janela observo... em silêncio
Gatos passeiam pelos becos
E muros
Segredos invadem quartos
Paredes testemunham corpos
Ardentes
Horas esperam relógios
Poetas brindam um beijo da lua
Putas adentram carros na esquina
Cigarro espera pelo último trago
Um tango embala o sonho
De quem dança sozinho
Enquanto o dia se aproxima sem graça e vazio
Despeço-me da flor


Welington de Sousa
São Gonçalo – RJ -14/12/2008

sábado, 13 de dezembro de 2008

SONHOS * (para Tatiana minha esposa)




O dia se despede

um pássaro canta no canto da varanda

onde escondo minha preguiça

e outras coisas entre as coisas

A vida passa e eu continuo

a pintar flores

enquanto te imagino rosa

o vento sopra

num quadro que pintei ano passado

Teu sorriso me desperta

sonhos...

Enquanto a cidade banhada pela lua

nos espera...

Levanto vôo.




Welington de Sousa

São Gonçalo - RJ - 11/12/2008

Noite





A noite
Escorre feito brisa
Pelo corpo
Pelos poros
Pelos cantos
Pelos ralos...Desliza
lisa
E suave...
É linda é leve
Na mesa de um bar
Num quarto qualquer
Ou na estante
A noite é depois
Que a tarde voa solta
Pela cidade
Bem depois
A noite é o que nos sobra do dia


welington de Sousa
São Gonçalo - RJ - 09/12/2008

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

NÓS


Fotos coloridas

Bocas em silêncio

Flores desabrochando

Latas de segredo

Noite rala chuva fina

Mãos em desalinho

Jazz blues e vinho

Corpos nús flutuando

sonhos...

De amor eterno



Welington de Sousa

São Gonçalo - RJ - 05/12/2008

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

EU




Olhar exposto
Silêncio de deserto
Neblina de fim de tarde
solidão de beira mar
Dor atracada
Pássaro sem rumo num céu de poucas nuvens
Barco a navegar mar de tempestade
Lágrimas...
A molhar poesia


Welington de Sousa
São Gonçalo - RJ -05/12/2008

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Cigarro apagado


Do meu ponto de vista
Um cisco
Riscando a linha do horizonte
Ao norte
A tarde esperneia
Segredos se espalham pelo fim do mundo
Sangra
No canto do quarto uma canção
Duas borboletas uma palheta cheia de tinta
Um quadro vazio uma tarde chuvosa
Um poema escrito a mão
Depois da última dança
um cigarro apagado
Refletindo silêncio
avança madrugada
Poemas de amor e ódio.

Welington de Sousa

São Gonçalo- RJ -25/11/2008

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